sexta-feira, 15 de maio de 2009

O porto das perolas

como você mesma disse: "Quem vai me ajudar a limpar todo este sangue?".
acabamos de ver esta chuva, mas foi tudo tão rapido.
eram tantos navios, tantas vidas, tanto barulho.
agora eu mal ouço o barulho do mar, mas consigo ouvir os estouros
até agora.
aviões com bolas vermelhas, para mostrar de onde vieram e para onde vão voltar.
eu tentei, eu juro que tentei ajudar, mas foi tão rapido e inesperado
que não tinha muito a fazer.
apenas recolher os feridos enquanto havia tempo.
ontem a noite foi tudo tão perfeito.
vi o pôr do sol do lugar mais alto que meu carro pode chegar,
com uma garota que conheci, enfermeira da marinha, acho que ja
havia visto ela em algum lugar, talvez em terra firme, onde a cabeça pensa mais
que o coração.
cabelos ondulados iguais as ondas que cercam os navís.
mesmo dotada de tanta beleza, sua injenuidade só faz auenta-la.
uma musica romantica, e uma bebida suave,
achei que fosse mais correto não fumar perto dela,
talvez ela não goste.
já era tarde, passado das 22:00h,
então resolvi deicha-la no alojamento, onde suas colegas de quarto a esperavam eufóricas para pergunta-la coisas do tipo "me conta como ele é; vocês foram para cama?".
confesso que pensei na possibilidade, mas ela não é esse tipo de mulher
logo na primeira noite, não.
Então fui logo encontrar o primeiro barzinho perto do porto,
me deparei com meus colegas.
mas fiquei pouco tempo, pois tnha afazeres pela manha.
então este dia chegou, a madrugada foi curta e a manha mais linga que jah vivenciei.
eu como oficial da marinha, nunca pensei que iria presenciar uma guerra.
havia um certo desentedimento entre outro pais, mas isso foi golpe baixo.
"há mais bombas aqui do que meus olhos podem ver"
acho que foi isso que pensei na hora em que vi aqueles aviões largando-as.
depois que tudo se passou não a encontrei, apenas a noticia de que o
hospital da marinha havia sido bombardeado, fiquei chocado.
mas extremamente confortado, com as lembranças ali eu soube que em uma noite, o amor foi possivel, apenas uma noite eu pude entender como alguem pode ser tão idiota,
tão infantil e bobo. como eu não fui mas poderia ter sido.
enquanto eu levava os feridos até você, pude perceber que você era o ser mais
bom com os outro que pude conhecer.
mas tem coisas que ném o tempo apaga.



7/12/1941 - havaí

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